Olá pessoal!
Moda ORIGEM: Deu um frio na barriga no começo?
Tudo bem com vocês?
Curtiram o post do Desafio do Moda? Acho que nunca vi tantas de mim em um só post haha. Bom, o texto de hoje é o da coluna #FeitonoBrasil. Para quem perdeu o início dela, a ideia surgiu a partir de uma palestra que eu e a Júlinda Fregadolli participamos, o Moda360, aqui em Juiz de Fora. Nessa palestra, tivemos a honra de conhecer a Renata Abranchs (RIOetc) e sua visão sobre o mercado de moda nacional. O intuito do #feitonobrasil é valorizar as marcas nacionais que enfrentam forte concorrência de marcas estrangeiras devido à menor taxação de impostos sobre os importados. Por isso, nós resolvemos desbravar a produção nacional, focando na nossa cidade, Juiz de Fora, e nós encorajamos todos aqueles que tem um blog a fazer o mesmo! A causa é válida e o resultado é lindo!
Sobre o evento
O Mercado Aberto aconteceu no sábado, 13/12, na parte da tarde, e contou com a presença de 24 atrações, entre elas gastronomia, moda, artesanato e música. Apesar da chuva, o público manteve-se fiel ao evento, não se deixando abalar. Mesmo depois do toró que caiu por volta das 17 horas, o movimento continuou grande.
A minha primeira experiência foi com a Tapiocaria Dedos de Moça. Gente, babem na minha escolha. Eu comi uma tapioca de doce de leite de viçosa com morango (#chicotenaAcademia). Mas ó, delicioso, fiz uma bagunça danada na hora de comer, mas lambi os dedos. haha. Para quem não conhece, a Tapiocaria é uma espécie de restaurante itinerante. As tapiocas são feitas por três amigas, que não possuem um lugar fixo, a cada dia da semana elas estão em um bar, restaurante ou evento da cidade fazendo suas tapiocas deliciosas. Se quiserem conhecer mais sobre elas e mais informações sobre o itinerário delas é só dar uma olhada na fanpage da Tapiocaria.
Me diz como escolher? |
Plenamente satisfeita com a minha gordice =D |
Essa foi a primeira edição do evento organizada pelo Diego Casanova Felício que, aliás, estava lá vendendo variados tipos de temperos feitos em conserva. Aproveitei e comprei dois de picles para o meu cunhado-alemao-que-ja-tem-de-tudo. Então, vai o primeiro obrigada por terem me ajudado a encontrar o presente para a pessoa mais difícil da minha listinha de natal! O Diego comentou que a intenção é fazer outras edições do Mercado já que o evento teve uma ótima aceitação do público. Diego, por favor, Juiz de Fora precisa muito de iniciativas como a sua, se pudermos ajudar na próxima para garantir o sucesso, será um prazer!
Bom, vamos falar de Moda? Para incrementar ainda mais esse post de hoje que tá muito gostosinho de escrever, eu pedi à Alice Linhares, do O Gato da Alice, se ela me concederia uma entrevista aqui pro Moda. Preciso ressaltar que pedi muito timidamente, para reforçar a minha imagem de jornalista fajuta haha. E como a pessoa é bem legal, ela super topou e bem curtiu a proposta da coluna ( pulamos de alegria e orgulho!).
A entrevista - O Gato da Alice
Moda ORIGEM: Quando foi que você decidiu começar a produzir sua própria linha
de acessórios artesanais?
Alice Linhares: Desde pequena tenho gosto por
criar com as mãos. Meus pais já faziam alguns tipos de artesanato e convivi com
essas práticas desde muito nova. Sempre me incentivaram a fazer meus brinquedos
e desenhos. Essa liberdade foi muito importante pra eu ter a coragem e a
vontade de sempre continuar fazendo. Aos poucos, fui aprendendo
algumas técnicas, buscando referências e quando me dei conta, as pessoas viam
alguns acessórios que eu fazia pra mim, gostavam e perguntavam se eu não faria
para elas. Mas no começo eu tinha muito apego a cada peça criada, não pensava
mesmo em vender.Foi na época da faculdade que
comecei a produzir algumas peças e deixar em consignação na loja de uma amiga.
Sem pretensão nenhuma, fui conquistando um espaço bacana. Quando me formei, decidi
usar alguns dos conhecimentos adquiridos na faculdade e investir nas redes
sociais para divulgar O gato da Alice. Criei o blog, o perfil no Twitter
e a página no Facebook e, desde então, muitas portas foram se abrindo!
Moda ORIGEM: Deu um frio na barriga no começo?
Alice Linhares:Comecei muito devagar, sem parar
para pensar tanto assim no futuro. Até hoje, concilio as atividades do gato com
outro trabalho formal, mesmo sabendo que a minha verdadeira paixão e vocação
estão voltadas para a marca. Mas a verdade é que a cada produto novo, a cada
postagem, a cada evento do qual participo, vem todo aquele frio na barriga e
aquela apreensão. É normal, estamos nos expondo, estou mostrando algo que criei
a partir das minhas mãos, das minhas referências, das técnicas que aprendi.
Sempre vai haver um julgamento externo! Mas o retorno que tenho é sempre tão
bom, que minha vontade de continuar só aumenta.
Moda ORIGEM : Quais foram/ quais são as maiores dificuldades que você
enfrenta?
A.L.: Encontro, principalmente,
dificuldade na questão de produção. Sou eu mesma quem cria todas as peças, do
início ao fim. Ainda não tercerizei a criação porque acredito que este toque
pessoal acaba interferindo bastante. Dessa forma, às vezes fica complicado conciliar
a produção de peças novas e encomendas, além de produzir conteúdo e monitorar
Facebook, Instagram, blog, email... Mas acredito que quando encontramos
nossa verdadeira paixão, não medimos esforços para que tudo saia bem e dê
certo. Nos desafiamos a cada dia e encontramos um prazer muito grande em olhar
pra trás e ver todo o caminho trilhado!
M.O.: Além da marca, você também trabalha. Como conciliar essas duas
atividades?
A.L.:Eu me formei em Comunicação
Social na UFJF e fiz minha pós em Moda, Cultura de Moda e Arte na mesma
instituição. Atualmente, trabalho com marketing digital durante 8 horas por
dia. É complicado conciliar justamente pela questão de tempo. Mas meu trabalho e
meus estudos me ajudam muito a aprender diariamente novas técnicas de
divulgação e de comunicação com meus clientes. Escolhi manter meu trabalho
formal principalmente porque acredito muito no poder da Internet e das redes
sociais para o comércio de produtos artesanais: consigo atingir um público
muito interessante, que dificilmente alcançaria sem a ajuda das conexões. Por
isso, digo que as duas atividades se complementam e contribuem para que o Gato
possa continuar crescendo :)
M.O.: Como é a resposta do público em relação ao que você cria?
A.L.:Sempre contei muito com a ajuda
de meus amigos, que me deram e dão muita força com a marca. A principal
divulgação é feita por eles, sem dúvida! É interessante perceber também que aos
poucos fui conhecendo pessoas através da marca, pessoas interessadas naquilo
que produzo e que hoje, além de clientes, se tornaram minhas amigas. A
aceitação do público é muito boa, vivemos um momento em que o artesanal vem
ganhando um espaço muito importante, há um resgate de tradições e técnicas
antigas, uma valorização daquilo que é feito de forma única e exclusiva. Vemos
isso na culinária, na moda, em tantas ações culturais. Um objeto feito de forma
artesanal carrega consigo uma parte da história daquele que o criou. É um
processo muito pessoal, subjetivo, único. Por isso deve ser tão valorizado!
M.O.: Você já pensou em desistir?
A.L.:O caminho é longo e às vezes
parece difícil e muito trabalhoso. Mas é como eu disse anteriormente, quando
encontramos algo que nos dá tanta satisfação, as dificuldades não parecem tão
grandes e vamos superando pouco a pouco. Persistência é a palavra-chave e com
certeza ela trará bons frutos!
M.O.: Como você vê a produção local, no caso, em Juiz de Fora? Ela é
valorizada? O que poderia ser feito, caso você a considere defasada?
A.L.:Participando de alguns eventos e
feiras aqui em Juiz de Fora, tive a oportunidade de conhecer pessoas com
trabalhos autorais incríveis. Muitas vezes, esse tipo de trabalho é divulgado e
comercializado apenas através da Internet. São marcas ainda pequenas, mas que
têm grande potencial. Foi justamente pensando nisso que criamos a proposta do
Mercado Aberto, uma feira que reúne gastronomia, moda, artesanato e música.
Tivemos nossa primeira edição no dia 13 de dezembro e foi uma ótima
experiência, uma chance para que pessoas muito talentosas apresentassem suas
criações. Com as vendas através da Internet, muitas vezes falta a experiência
do contato, da proximidade entre o criador e seu público. Por isso acredito cada
vez mais na importância de eventos como esse!
M.O.: Qual a sensação naquele momento em que você acaba de criar algo
novo?
A.L.:Eu sempre gosto de prestar
atenção aos detalhes. Acho que é muito importante estarmos atentos a tudo a
nossa volta: um formato, uma cor, uma textura, um material. Hoje em dia, é
muito difícil que alguém crie algo totalmente inédito. O que acontece é uma
mistura de referências que, recombinadas, formam algo que se destaca. Por isso,
sempre anoto ideias, desenhos, recorto referências e depois junto tudo para
criar algo novo. Às vezes, as ideias ficam na gaveta por muito tempo, até que o
momento certo chegue. E quando a primeira peça fica pronta, dá uma alegria
muito grande. E é muito bom também pensar no caminho que ela percorreu até
chegar ali, pensar em quantas coisas mudaram e em quantas permaneceram iguais à
ideia original!
Mas acho que o mais legal mesmo
é ter a chance de ver alguém usando algo que eu fiz. Já vi pessoas na rua que
não conheço usando, e às vezes é difícil resistir a ir conversar com elas! De
vez em quando acabo indo perguntar como a peça chegou nas mãos dela :)
M.O.:Você pretende investir no crescimento do O Gato da Alice?
A.L.: Meu plano é continuar investindo
cada vez mais minha vida neste projeto. Para o ano que vem, a loja virtual é
prioridade e vamos continuar participando dos eventos, que nos permitem ter
contato com pessoas diferentes e interessadas neste tipo de trabalho!
M.O.: Por que " O Gato da Alice?"
A.L.:O nome surgiu devido à minha
paixão pela história da Alice no país das Maravilhas - que escuto, leio e vejo
repetidamente desde pequena – e ao fascínio por gatos. A história fantástica e
com referências coloridas, surrealistas e maravilhosas é sempre uma fonte de
inspiração ;)
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Alice Linhares- O Gato da Alice. Foto divulgação fanpage Mercado Aberto |
Gente, além de super simpática, escreve super bem! Muito obrigada, Alice, pela disposição de responder a um enorme questionário( hehe) nessa época do ano.
Espero que você tenha gostado de participar da 2ª edição da #feitonobrasil. Foi um prazer para gente saber mais sobre o seu trabalho.
E, aos leitores, só resta se apaixonar pelas produções da Alice! ;)
Beijos,
boa semana,
Maria